Revista Limão em Foco
2a Edição
Abril / 2022
Mercado consumidor exigirá certificação ambiental no campo
PRODUTOR DE TAHITI PRECISARÁ SE ADAPTAR
A produção brasileira de limas ácidas e limões, representada em 90% de lima ácida Tahiti, saltou de 1 para 1,5 milhão de toneladas produzidas entre 2010 e 2020, um incremento de 55%.
O aumento da área, por outro lado, foi de apenas 37%, mostrando que o setor é muito produtivo. Além de São Paulo que responde mais de 62% dessa produção, outros estados aumentaram suas áreas com Tahiti como: Bahia, Pará, Minas Gerais e Pernambuco. Com isso a safra 2021/2022 vem enfrentando grandes desafios, que vão além da alta oferta do produto. Com todos esses entraves o citricultor que trabalha com Tahiti vem se reinventado ano após ano.
O agronegócio brasileiro é a segunda atividade que mais emite gases de efeito estufa do Brasil, respondendo por 28% do total, contribuindo para os desequilíbrios climáticos. Assim, como próximo passo, o produtor de lima ácida Tahiti precisará investir em boas práticas, que o oriente a atuar de forma sustentável, respeitando as questões ambientais, sociais e de governança corporativa, o chamado ESG, sigla em inglês: Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G).
“O mercado consumidor tomará a decisão. O produtor de lima ácida Tahiti precisará dar a resposta e aprender a jogar esse jogo, pois as regras já estão impostas e novos mercados poderão se abrir”
Sustentabilidade na produção e comercialização de lima ácida Tahiti
Panorama geral: Produção e Comercialização
Com destaque no cenário mundial da fruticultura, o Brasil ocupa a segunda posição como produtor e exportador de lima ácida Tahiti [Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka], popularmente conhecido como “limão” Tahiti, ficando atrás apenas do México.
“Em 2021, a lima ácida Tahiti foi a terceira fruta com maior volume de exportação do país, totalizando 144.944.415 kg e quarta em receita, somando US$123.812.020, correspondendo a um aumento de 21% quando comparado ao ano anterior”
Limão: curiosidades, variedades e usos
A produção mundial de limas ácidas e limões é estimada, pela FAO, em 21 milhões de toneladas em 1,3 milhão de hectares (ha), sendo a Índia, México, China, Argentina e Brasil os principais produtores. No Brasil a produção é de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas com uma área de 58 mil ha, resultando em uma produtividade por área 60% maior que a média mundial.
As limas ácidas e os limões se destacam como o segundo grupo de citros plantado e produzido no Brasil. O destino da produção de limão é o mercado de frutas frescas para o preparo de bebidas e uso culinário, produção de suco concentrado para indústria de refrigerantes e alimentos e produção de óleos essenciais e pectina. Com uso bastante diversificado, como tempero para saladas, carnes e no preparo de bebidas, os limões estão sempre presentes na cozinha do consumidor brasileiro.
As principais características das limas ácidas e limões que os tornam interessantes para seu uso é o fato de serem ricos em vitaminas C e compostos antioxidantes, assim como muitas outras frutas, incluindo outros citros como as laranjas e as tangerinas. Estes compostos ajudam a diminuir a incidência de doenças degenerativas, como o câncer, as doenças cardiovasculares, inflamações, disfunções cerebrais, e a retardar o envelhecimento precoce, entre outras. Você sabia que apesar de serem conhecidos genericamente como limões existem diferenças significativas nas suas origens e características? A denominação 'limão' é genericamente usada para as frutas cítricas com o suco muito ácido, como Siciliano,
Tahiti, Galego etc. No entanto, Tahiti (Citrus latifolia) e Galego (C. aurantiifolia) são, na verdade, limas ácidas sendo o limão, apenas o Siciliano, também conhecido como limão verdadeiro. E ainda se tem o limão Cravo (C. limonia), que apesar de ser principalmente utilizado como porta-enxerto, seus frutos têm boa aceitação no mercado de frutas frescas.
“As principais características das limas ácidas e limões que os tornam interessantes para seu uso é o fato de serem ricos em vitaminas C e compostos antioxidantes, assim como muitas outras frutas, incluindo outros citros como as laranjas e as tangerinas”