Incidência de greening bate recorde
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Atingindo 43 milhões de árvores maio/2021, representa o quarto avanço consecutivo da doença.
Por: Fundecitrus
Resumo – A considerada a mais danosa praga da citricultura - o dado alcança o maior patamar desde 2004, quando foi identificada no Brasil . O greening está presente em 22,37% das laranjeiras no cinturão citrícola de São Paulo e no Triângulo/Sudoeste Mineiro, ou mais de 43 milhões de árvores, a alta na comparação com o ano passado (2020) é de 7,2%. Em pomares jovens, de até cinco anos, o aumento foi de 50%, alcançando incidência de 10,21%. Em grandes propriedades, a doença atinge 15,4% dos pomares, alta de 10%.
Greening, doença do citros
O greening está presente em 22,37% das laranjeiras no cinturão citrícola de São Paulo e no Triângulo/Sudoeste Mineiro, ou mais de 43 milhões de árvores, de acordo com levantamento anual do Fundecitrus. O dado representa o quarto avanço consecutivo da doença – considerada a mais danosa da citricultura – e o maior patamar desde 2004, quando foi identificada no Brasil.
A alta na comparação com o ano passado é de 7,2%. Em pomares jovens, de até cinco anos, o aumento foi de 50%, alcançando incidência de 10,21%. Em grandes propriedades, a doença atinge 15,4% dos pomares, alta de 10%.
“Considerando que o controle insuficiente em uma fazenda afeta todas as propriedades citrícolas do entorno, a situação exige a conscientização do setor e a adoção de ações rigorosas de manejo interno e externo”
O Psilídeo
O psilídeo Diaphorina citri é o inseto vetor da bactéria Candidatus Liberibacter spp., que causa o greening (huanglongbing/HLB), a pior doença da citricultura na atualidade. Ele mede de 2 a 3 milímetros e vive em plantas da família Rutaceae, principalmente em murtas e em todas as variedades de citros. Originário do continente asiático, o psilídeo foi identificado no Brasil durante a década de 1940 como uma praga secundária, o que mudou desde que o greening foi relatado pela primeira vez no país, em 2004, quando o inseto passou a ser considerado uma grande ameaça para a citricultura. Hoje ele está presente nas principais regiões citrícolas brasileiras.
Os psilídeos são normalmente encontrados nas brotações – eles preferem os brotos para se alimentar e reproduzir, mas podem ser observados também nas folhas maduras, principalmente na face inferior. Os psilídeos que se desenvolvem em plantas doentes apresentam maior eficiência de transmissão em comparação aos que adquirem a bactéria na fase adulta.
Psilídeo Diaphorina citri
O gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, afirma que é necessário agir com urgência. “Chegamos a um patamar crítico, pois o avanço do greening tem potencial de inviabilizar não só pomares comerciais de forma isolada, mas até mesmo regiões inteiras”, disse ele em comunicado. “E, considerando que o controle insuficiente em uma fazenda afeta todas as propriedades citrícolas do entorno, a situação exige a conscientização do setor e a adoção de ações rigorosas de manejo interno e externo”.
De acordo com o Fundecitrus, o ano passado registrou população recorde do psilídeo, inseto que transmite o greening, em decorrência de brotações em período atípico, estiagem e não eliminação de plantas doentes.
“O controle do greening exige o plantio de mudas sadias, a eliminação das plantas doentes e o controle do psilídeo.”